Aqua Tecnologia
Responde em poucos minutos
Aqua Tecnologia
Olá 👋
Como posso te ajudar hoje?
Falar pelo Whatsapp

Preservação Digital em Museus: CNJ 324/2020 e Memória do Judiciário em pauta com o pesquisador Tiago Braga

O Poder Judiciário vive um período de transformação em seus arquivos e memória geral. A partir de agora a tecnologia e interatividade farão parte da rotina.
Preservação Digital em Museus: CNJ 324/2020 e Memória do Judiciário em pauta com o pesquisador Tiago Braga

Já não é de hoje que a tecnologia passa por um processo de ser ambientada a locais em que antes se viam pilhas enormes de documentos em papel. Um belo exemplo disso é o Poder Judiciário Brasileiro, que no cotidiano lida com importantes arquivos físicos, e esses, sob a ação do tempo e de acidentes, ficam expostos a perigos.

A novidade desse ramo é a existência de uma resolução criada em 2020 e que institui normas e diretrizes das Gestões da Memória e Documental. A Resolução nº 324/2020 foi formulada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e traz incentivos por meio do Proname - Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário.

Em resumo, a ideia é agrupar o patrimônio memorial e de documentos do Poder Judiciário de maneira objetiva e tecnológica, exatamente o conteúdo detalhado e ao toque das mãos que é elaborado pela Aqua por meio do Showcase Museus

Levando em consideração a temática de arquivos e tecnologia, conversamos com o Prof. Dr. Tiago Emmanuel Nunes Braga, pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e atual coordenador-geral de Tecnologias da Informação e Informática do IBICT, na qual lidera pesquisas sobre informações tecnológicas, para sustentabilidade e ciência de dados. 

Ele fala sobre a experiência com projetos de pesquisa junto ao Poder Judiciário e, em especial, sobre o Hipátia, o modelo desenvolvido pelo Instituto para suportar a implantação de Repositórios Digitais Arquivísticos Confiáveis.

Hipátia é um software governamental que padroniza os arquivos digitais do TJDFT, minimiza ataques cibernéticos e torna o órgão público apto a receber Repositórios Arquivísticos Confiáveis.

Dentre as reformulações do Poder Judiciário estão as novas resoluções do CNJ – em especial a Resolução 324/2020, referente à preservação digital da memória do setor. Como você analisa essa transformação tecnológica? 

Tiago: - Este movimento do Poder Judiciário em apontar medidas práticas para a preservação da memória digital coloca essas instituições na vanguarda em se tratando de poder público no país. E como todo movimento de vanguarda, traz consigo as dificuldades inerentes ao pioneirismo, ou seja, requer que as estruturas de preservação sejam propostas, validadas e depois aplicadas, o que demanda tempo e esforço. 

Mas é um movimento acertado, no sentido de minimizar os riscos inerentes à obsolescência dos formatos e suportes para acesso à informação. Pode-se, inclusive, apontar que as instituições dos poderes Executivo e Legislativo irão se beneficiar dos avanços que estão sendo construídos durante este processo. Da forma como tem sido feito, espera-se que todo um modelo de preservação digital seja estruturado no Brasil.

Quais as principais características de um repositório arquivístico digital confiável? O processo envolve muitas etapas?

Tiago: - A principal característica de um repositório arquivístico digital confiável (RDC-Arq) é a de que ele possibilita identificar o responsável por todas  as etapas no processo de guarda do documento, mapeando os rastros de todas as ações que foram feitas, e como elas foram feitas. Dessa forma, é possível garantir a autenticidade dos ativos informacionais ali preservados, o que serve como um salvaguarda das ações empreendidas pelas instituições ao longo do tempo. 

Quando o IBICT foi convidado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) para implementar um RDC-Arq, logo entendeu a necessidade de se estruturar um modelo que permitisse mapear todas as etapas e aumentar o número de instituições capazes de adotá-lo. 

Assim, surgiu o modelo Hipátia de preservação digital. Neste modelo nós prevemos as seguintes etapas para implementação de um RDC-Arq: preparação arquivística, preparação computacional, empacotamento, preservação e disseminação. Estas etapas consideram o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS) e vão além, ao reconhecer a importância da participação dos responsáveis pela gestão documental e também dos responsáveis pelas tecnologias de informação no processo.

Por ser um pesquisador de tecnologia da informação, como você encara a possibilidade de um contato mais próximo entre a população e o Poder Judiciário através de curadorias bem trabalhadas e interativas? 

Tiago: - Na verdade, sou um pesquisador que teve sua formação básica ligada à área de TI, mas que teve sua formação avançada ligada às áreas de educação e informação. E é justamente essa transversalidade de áreas que permite vislumbrar o impacto dessas ações do Poder Judiciário na população. O movimento que se faz é de dar mais transparência aos processos internos e, com isso, aumentar a interação entre a população e as instituições. 

É verdade que há muito tempo o Poder Judiciário disponibiliza suas ações por meio de portais e ferramentas avançadas. O diferencial desse movimento de agora é o foco na história, no passado, em contar como a sociedade que temos hoje foi construída. E esse resgate da memória é fundamental para que cresçamos e possamos entender o que já foi feito e o que podemos fazer para nos desenvolver enquanto nação.

No Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário você palestrou sobre esse tema. Houve proximidade do público? Quais os meios para que a população entenda e desfrute desse ciclo de inovações digitais no Poder Judiciário?

Tiago: - Consegui perceber um grande interesse na temática, tanto neste encontro como em outras interações que temos feito. No entanto, como minha participação foi virtual, o meu contato com as pessoas ficou um pouco restringido, já que grande parte do público estava presencialmente no evento. Ainda assim, é perceptível que a temática desperta o interesse e tem sido pauta de diversas demandas. Isso é muito representativo das possibilidades existentes. E a forma como podemos nos aproximar da população é exatamente pelo processo de disseminação, algo que tem sido trabalhado em diversas esferas. 

Saiba mais

A Aqua propõe um trabalho repleto de inovação para o Poder Judiciário com Showcase Imóveis, plataforma para criação e gerenciamento de estações interativas em centros de memória do Judiciário.

Confira mais detalhes sobre a Resolução nº 324/2020 no site da JusLaboris. Também é possível acompanhar as inovações e pesquisas do IBICT no site da instituição.

Confira outros artigos do nosso blog sobre tecnologia e interatividade em centros de memória e museus, seja com as  4 questões sobre Tecnologia em Museus ou nosso Guia de boas práticas para interatividade em Museus

Leia também

Seja cliente Aqua

Faça como algumas das maiores empresas do Brasil. Use soluções da Aqua para inovar, reduzir custos, atender melhor e vender mais.